terça-feira, 6 de outubro de 2009

Tem gente que retorna

Ontem precisei ir a Sete Lagoas pra tirar carteira de trabalho porque em BH tem que madrugar na fila se quiser ser atendido.

Eu fiquei pensando em como tudo é mais fácil em Sete Lagoas. Lá eu tenho regalias: pai que leva, mãe que busca, vizinho que quebra galho. Posso sair de casa cinco minutos antes da hora do meu compromisso que ainda chego a tempo. Tem almoço gostoso da Fátima, com feijão cozido na hora. Tem carteira de trabalho que fica pronta em cinco minutos. E sem fila na porta do Ministério do Trabalho!

Resolvi voltar pra casa de ônibus. Em Sete Lagoas a passagem custa R$1,35, mais barato que em BH. O ônibus passou em frente ao colégio Dom Silvério, onde fiz a quinta e a sexta série, e senti saudade. Depois passou em frente à minha antiga escola de dança e eu quis muito dar sinal, descer e pedir pra secretéria (que agora já deve ser outra) pra assistir um pedacinho da aula de balé da tia Márcia. Mas aí o ônibus virou a esquina e a tia Márcia ficou pra trás.

Teve uma hora que eu vi uma amiga passando de carro na rua. "O que será que ela faz aqui numa segunda-feira?", me perguntei. Foi então que lembrei que ela havia terminado a faculdade que fazia em Belo Horizonte e voltado pra Sete Lagoas pra trabalhar com o pai. "Tem gente que retorna às origens". E logo depois fiquei triste, muito triste, porque me ocorreu pela primeira vez que, mesmo que de certa forma eu esteja sempre na cidade (férias, fim de semana, aniversário doa pais), eu não volto pra ficar.

Um comentário:

Unknown disse...

Muita saudade da época que tudo era fácil, e que nem passava pela nossa cabeça ter que abandonar essa vida. É aquela velha história de que
" .. nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará .. "