domingo, 31 de agosto de 2008

Mais sobre o substitutivo do Azeredo

Quando li no blog da disciplina as instruções para a atividade 1, tive vontade de chorar. Primeiro porque eu teria que escrever um mínimo de 300 palavras sobre um assunto no qual eu nunca tinha parado pra pensar antes. E segundo porque eu teria que escrever rápido, antes do fim da aula. Com certeza ficaria ruim. Para a minha felicidade, o Leo chegou na aula cinco minutos depois. Ele leu as instruções, olhou pra mim, soltou um "chatinho, hein?", seguido de alguma coisa do tipo "controlar o acesso à Internet é um absurdo" e começou a escrever. Ele tinha uma opinião formada, pelo menos. (Melhor pra mim). Eu disse pro Leo que jamais poderia ser jornalista, que não conseguia escrever nada no susto, não sabia nada sobre crimes virtuais... O Leo deu aquela risadinha que ele dá quando vai falar alguma coisa maldosa e falou pra eu ficar calma, que ele também não sabia muito sobre essas coisas de Internet, mas que achava que o Eduardo Azeredo sabia menos ainda. Combinamos que ele faria o primeiro post e eu o segundo. E fui passear.

Agora é a minha vez. Bom, à primeira vista, a idéia do Azeredo me pareceu impraticável, incompatível com os tempos atuais, com o que a Internet representa hoje. A rede é um lugar onde fervilha cultura; é troca, interação. Se precisamos modificar alguma coisa na Internet, essa mudança deve ocorrer no sentido de facilitar e ampliar o acesso, e não na direção oposta, de redução das possibilidades da net e limitação de seu potencial interativo. Como caracterizar como inconstitucional a maior parte das nossas atividades na Web, a essa altura do campeonato? Mas acontece que, por outro lado, eu fiquei pensando nesses crimes virtuais bizarros que acontecem por aí - pornografia, pedofilia, o tal do "phishing" - e acho que algo deve ser feito, sim, para que sejam punidos.

No meio dessa discussão toda, eu sentia falta da opinião de um especialista, de saber como andava a coisa do ponto de vista legal. Aí eu achei o blog da Raquel Recuero e sanei todas as minhas dúvidas. Recomendo que dêem uma passeada por lá. A Raquel é advogada e jornalista. É professora do curso de Comunicação da Universidade Católica de Pelotas e realiza pesquisas sobre redes sociais na Internet. Dessa forma, ela conseguiu fazer uma análise técnica e, ao mesmo tempo, social. Um dos aspectos para o qual a Raquel aponta é o fato de a lei se esconder debaixo de uma falsa crença: a de que visa combater a pedofilia. É por isso que tem tanta gente defendendo o substitutivo do Azeredo. Na verdade, a pedofilia é um crime que ocorre offline; o que a Internet permite é apenas que ele se torne visível. Além disso, já existe uma lei para cuidar disso (uma lei quei é, inclusive, complicadinha. Leiam lá). Não é preciso criar mais uma. O mesmo acontece com os casos de roubo e estelionato, por exemplo. A única novidade do projeto é a criminalização de condutas amplas, dentro das quais quase qualquer ação do internauta comum poderá ser enquadrada: obtenção de qualquer informação eletrônica através de downloads, uso de ferramentas de buscas, a transferência de dados sem autorização do autor, o próprio blogging... e proibir tudo isso é, na minha opinião, dar uma passo para trás.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

lei de controle à internet

é bem verdade, a discussão a respeito do controle sobre acesso a internet - proposta pelo senador eduardo azeredo - passa muito menos pelos usuários do recurso e muito mais por provedores e bancos, ou seja, aqueles que, de uma certa maneira, detêm o controle de tudo aquilo que ocorre no meio interativo. as instituições financeiras, principais vítimas dos chamados crimes virtuais, afirmam que o cadastro traria uma redução desses, enquanto os provedores discutem uma limitação da liberdade em seus vários âmbitos. no entanto, mais do que simplesmente limitar a liberdade, reduzir crimes, a lei - que está em processo nos órgãos legislativos - traz uma discussão ainda mais profunda e abrangente, por ir na contramão do que vem a ser, por exemplo, a cibercultura. para pierre lévy, a internet, em seu primeiro momento, era um espaço controlado por uma espécie de filtros institucionais. essa filtragem, de uma certa forma, limitava o conteúdo virtual. com o desenvolvimento da rede, essa se desvinculou de controles de instituições, editoras e afins e passou a ser um locus de liberdade de expressão, além de possibilitar o trânsito de informação, acesso e dados digitais. é evidente que isso traz problemas, como, por exemplo, a pirataria, a não-veracidade de certas informações e outros crimes virtuais. entretanto, a possibilidade de circulação propiciada pela internet mudou vários dos parâmetros sociais de acesso, seja a obras literárias, fotográficas, plásticas até a criação de uma cultura própria da internet, a cibercultura discutida por lévy. a proposta do cadastro para acesso à web seria, como pode ser visto acima, um retrocesso dentro do desenvolvimento da internet. teríamos um regresso aos primórdios da rede, com seus filtros, com seu conteúdo limitado e sua ausência de dinamismo comunicacional. se aprovada no brasil, a lei traria conseqüências sérias para toda essa rede de comunicação estabelecida dentro do meio virtual: o acesso ou vinculação a qualquer conteúdo da web poderia ser considerado ato criminoso, bem como acarretar uma queda no número de usuários da internet.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Peirce, simpsons e passatempo...

"O Peirce faz taxações chatinhas. Ele divide tanto, inventa tanta moda, que na hora que eu começo a ler me dá vontade de ver simpsons e comer biscoito passatempo". Leonardo Amaral.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Protocolos para o sono

Não é a qualquer hora, nem em qualquer lugar que eu consigo dormir. Para mim, dormir é algo complicado, um processo que exige uma porção de rituais. É preciso que o ambiente seja propício para o sono e, além disso, é preciso estar na posição certa. No meu caso, acho que a posição é o fator decisivo: só durmo de barriga para baixo. E isso significa que eu não durmo em carro, ônibus, avião. Ou seja: eu não prego o olho durante viagens. Nem um cochilo, nada. Já fui três vezes a São Paulo, de ônibus, naquele horário que as pessoas mais gostam porque dormem e não vêem as horas passar (saída às onze da noite e chegada pela manhã) e não consegui dormir por cinco minutos sequer. Que tédio, deus do céu! Você olha pro lado e as pessoas estão roncando, babando. Só ficam você e o barulhinho do relógio. No começo, eu me irritava, mas agora já me acostumei. De duas em duas horas vou até a frente do ônibus, bato um papo com o motorista, como é que está a estrada, quantos quilômetros ainda faltam, quanto tempo para a próxima parada... Resolvido o problema da posição, ou seja, considerando que eu tenha uma cama onde possa me deitar de barriga para baixo e com a cabeça virada para a direita (sim, tem esse detalhe. Eu estava com vergonha de falar da cabeça virada para a direita porque dá uma impressão de pessoa muito chata, sistemática, mas decidi que vou contar tudo), vem a segunda fase do “processo de dormir”, que consiste em tornar o ambiente propício para o sono. Regras básicas: silêncio absoluto, escuridão total, nada de meias (impossível dormir de meias), colchão gostoso, travesseiro baixo, pijama confortável, um copo d’água. Pronto. Claro que quanto ao silêncio e a escuridão, é exagero. Sempre tem alguém no quarto ao lado que insiste em não desligar a TV, uma iluminação da rua que entra pelas frestas da janela... mas quanto ao resto, é sério. O colchão não pode ser nem duro demais, daqueles que você fica com dor nas costas, nem mole demais, daqueles que você afunda quando deita. O travesseiro precisa ser bem fino. Depois da barriga pra baixo, o travesseiro fino é o mais importante. Talvez ele seja até tão importante quanto a barriga. Quando eu estava na sétima série, parei de freqüentar festas do pijama porque na casa das minhas amigas só tinha travesseiros enormes e eu tinha vergonha de falar pra elas que eu, jovem daquele jeito, já era tão chata pra essas coisas e gostava de um tipo específico de travesseiro. O pijama é um elemento importantíssimo também. Tem pessoas que chegam em casa pra almoçar e, antes de saírem de novo, gostam de tirar um cochilo. Dormem ali mesmo, no sofá, de calça jeans e tudo. Morro de inveja. Botão, fivela, tecido apertado, não consigo dormir com nada disso. Se eu não puder vestir um pijama, melhor nem deitar. O copo d’água é mais por mania que por conforto. Acho bom dar umas goladas antes de dormir, mesmo que não esteja com sede. Só evito tomar muita água porque senão preciso levantar no meio da noite pra fazer xixi, o que é realmente ruim, considerando que demoro cerca de vinte minutos para pegar no sono, cada vez que ele é interrompido!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Olá, mundo

A idéia de criar um blog surgiu (na verdade ela nem surgiu, surgiram ela) na aula sobre Blogs e Boletins eletrônicos. Já que agora esse blog existe, situações cotidianas estranhas, constrangedoras, inusitadas e hilárias serão relatadas. Não que a gente pense que as pessoas vão achar essas situações realmente engraçadas. Mas nós, maldosos que somos, com certeza acharemos. (A gente é legal também, calma!)