segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Protocolos para o sono

Não é a qualquer hora, nem em qualquer lugar que eu consigo dormir. Para mim, dormir é algo complicado, um processo que exige uma porção de rituais. É preciso que o ambiente seja propício para o sono e, além disso, é preciso estar na posição certa. No meu caso, acho que a posição é o fator decisivo: só durmo de barriga para baixo. E isso significa que eu não durmo em carro, ônibus, avião. Ou seja: eu não prego o olho durante viagens. Nem um cochilo, nada. Já fui três vezes a São Paulo, de ônibus, naquele horário que as pessoas mais gostam porque dormem e não vêem as horas passar (saída às onze da noite e chegada pela manhã) e não consegui dormir por cinco minutos sequer. Que tédio, deus do céu! Você olha pro lado e as pessoas estão roncando, babando. Só ficam você e o barulhinho do relógio. No começo, eu me irritava, mas agora já me acostumei. De duas em duas horas vou até a frente do ônibus, bato um papo com o motorista, como é que está a estrada, quantos quilômetros ainda faltam, quanto tempo para a próxima parada... Resolvido o problema da posição, ou seja, considerando que eu tenha uma cama onde possa me deitar de barriga para baixo e com a cabeça virada para a direita (sim, tem esse detalhe. Eu estava com vergonha de falar da cabeça virada para a direita porque dá uma impressão de pessoa muito chata, sistemática, mas decidi que vou contar tudo), vem a segunda fase do “processo de dormir”, que consiste em tornar o ambiente propício para o sono. Regras básicas: silêncio absoluto, escuridão total, nada de meias (impossível dormir de meias), colchão gostoso, travesseiro baixo, pijama confortável, um copo d’água. Pronto. Claro que quanto ao silêncio e a escuridão, é exagero. Sempre tem alguém no quarto ao lado que insiste em não desligar a TV, uma iluminação da rua que entra pelas frestas da janela... mas quanto ao resto, é sério. O colchão não pode ser nem duro demais, daqueles que você fica com dor nas costas, nem mole demais, daqueles que você afunda quando deita. O travesseiro precisa ser bem fino. Depois da barriga pra baixo, o travesseiro fino é o mais importante. Talvez ele seja até tão importante quanto a barriga. Quando eu estava na sétima série, parei de freqüentar festas do pijama porque na casa das minhas amigas só tinha travesseiros enormes e eu tinha vergonha de falar pra elas que eu, jovem daquele jeito, já era tão chata pra essas coisas e gostava de um tipo específico de travesseiro. O pijama é um elemento importantíssimo também. Tem pessoas que chegam em casa pra almoçar e, antes de saírem de novo, gostam de tirar um cochilo. Dormem ali mesmo, no sofá, de calça jeans e tudo. Morro de inveja. Botão, fivela, tecido apertado, não consigo dormir com nada disso. Se eu não puder vestir um pijama, melhor nem deitar. O copo d’água é mais por mania que por conforto. Acho bom dar umas goladas antes de dormir, mesmo que não esteja com sede. Só evito tomar muita água porque senão preciso levantar no meio da noite pra fazer xixi, o que é realmente ruim, considerando que demoro cerca de vinte minutos para pegar no sono, cada vez que ele é interrompido!

2 comentários:

Marina Dias disse...

Realmente, bastante freak para dormir, você. Mas sou obrigada a concordar: barriga para baixo, travesseiro fino e copo d´àgua são importantes. Então, sofro do mesmo problema: chego morrendo de sono no destino das minhas viagens, sempre!

Stéphanie Bollmann disse...

Pois eu vou de BH à Curitiba (depois de SP ainda vem mais uns bons KM) dormindo bem. A única coisa que me incomoda é merda do ar condicionado, morro de frio!

Mas quando eu tô em casa, tb durmo de barriga para baixo, e com o travesseiro - não precisa ser fino - encima da cabeça...

e em uma coisa eu te invejo, em tds as muitas vezes que fui daqui até curitiba de onibus, nunca fui la na frente cv com o motorista...

o máximo que eu já fiz foi, uma vez, quando fui de avião, entrar na cabine do piloto por acidente, tentando achar o banheiro...