domingo, 31 de agosto de 2008
Mais sobre o substitutivo do Azeredo
Agora é a minha vez. Bom, à primeira vista, a idéia do Azeredo me pareceu impraticável, incompatível com os tempos atuais, com o que a Internet representa hoje. A rede é um lugar onde fervilha cultura; é troca, interação. Se precisamos modificar alguma coisa na Internet, essa mudança deve ocorrer no sentido de facilitar e ampliar o acesso, e não na direção oposta, de redução das possibilidades da net e limitação de seu potencial interativo. Como caracterizar como inconstitucional a maior parte das nossas atividades na Web, a essa altura do campeonato? Mas acontece que, por outro lado, eu fiquei pensando nesses crimes virtuais bizarros que acontecem por aí - pornografia, pedofilia, o tal do "phishing" - e acho que algo deve ser feito, sim, para que sejam punidos.
No meio dessa discussão toda, eu sentia falta da opinião de um especialista, de saber como andava a coisa do ponto de vista legal. Aí eu achei o blog da Raquel Recuero e sanei todas as minhas dúvidas. Recomendo que dêem uma passeada por lá. A Raquel é advogada e jornalista. É professora do curso de Comunicação da Universidade Católica de Pelotas e realiza pesquisas sobre redes sociais na Internet. Dessa forma, ela conseguiu fazer uma análise técnica e, ao mesmo tempo, social. Um dos aspectos para o qual a Raquel aponta é o fato de a lei se esconder debaixo de uma falsa crença: a de que visa combater a pedofilia. É por isso que tem tanta gente defendendo o substitutivo do Azeredo. Na verdade, a pedofilia é um crime que ocorre offline; o que a Internet permite é apenas que ele se torne visível. Além disso, já existe uma lei para cuidar disso (uma lei quei é, inclusive, complicadinha. Leiam lá). Não é preciso criar mais uma. O mesmo acontece com os casos de roubo e estelionato, por exemplo. A única novidade do projeto é a criminalização de condutas amplas, dentro das quais quase qualquer ação do internauta comum poderá ser enquadrada: obtenção de qualquer informação eletrônica através de downloads, uso de ferramentas de buscas, a transferência de dados sem autorização do autor, o próprio blogging... e proibir tudo isso é, na minha opinião, dar uma passo para trás.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
lei de controle à internet
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Peirce, simpsons e passatempo...
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Protocolos para o sono
Não é a qualquer hora, nem em qualquer lugar que eu consigo dormir. Para mim, dormir é algo complicado, um processo que exige uma porção de rituais. É preciso que o ambiente seja propício para o sono e, além disso, é preciso estar na posição certa. No meu caso, acho que a posição é o fator decisivo: só durmo de barriga para baixo. E isso significa que eu não durmo em carro, ônibus, avião. Ou seja: eu não prego o olho durante viagens. Nem um cochilo, nada. Já fui três vezes a São Paulo, de ônibus, naquele horário que as pessoas mais gostam porque dormem e não vêem as horas passar (saída às onze da noite e chegada pela manhã) e não consegui dormir por cinco minutos sequer. Que tédio, deus do céu! Você olha pro lado e as pessoas estão roncando, babando. Só ficam você e o barulhinho do relógio. No começo, eu me irritava, mas agora já me acostumei. De duas em duas horas vou até a frente do ônibus, bato um papo com o motorista, como é que está a estrada, quantos quilômetros ainda faltam, quanto tempo para a próxima parada... Resolvido o problema da posição, ou seja, considerando que eu tenha uma cama onde possa me deitar de barriga para baixo e com a cabeça virada para a direita (sim, tem esse detalhe. Eu estava com vergonha de falar da cabeça virada para a direita porque dá uma impressão de pessoa muito chata, sistemática, mas decidi que vou contar tudo), vem a segunda fase do “processo de dormir”, que consiste em tornar o ambiente propício para o sono. Regras básicas: silêncio absoluto, escuridão total, nada de meias (impossível dormir de meias), colchão gostoso, travesseiro baixo, pijama confortável, um copo d’água. Pronto. Claro que quanto ao silêncio e a escuridão, é exagero. Sempre tem alguém no quarto ao lado que insiste em não desligar a TV, uma iluminação da rua que entra pelas frestas da janela... mas quanto ao resto, é sério. O colchão não pode ser nem duro demais, daqueles que você fica com dor nas costas, nem mole demais, daqueles que você afunda quando deita. O travesseiro precisa ser bem fino. Depois da barriga pra baixo, o travesseiro fino é o mais importante. Talvez ele seja até tão importante quanto a barriga. Quando eu estava na sétima série, parei de freqüentar festas do pijama porque na casa das minhas amigas só tinha travesseiros enormes e eu tinha vergonha de falar pra elas que eu, jovem daquele jeito, já era tão chata pra essas coisas e gostava de um tipo específico de travesseiro. O pijama é um elemento importantíssimo também. Tem pessoas que chegam em casa pra almoçar e, antes de saírem de novo, gostam de tirar um cochilo. Dormem ali mesmo, no sofá, de calça jeans e tudo. Morro de inveja. Botão, fivela, tecido apertado, não consigo dormir com nada disso. Se eu não puder vestir um pijama, melhor nem deitar. O copo d’água é mais por mania que por conforto. Acho bom dar umas goladas antes de dormir, mesmo que não esteja com sede. Só evito tomar muita água porque senão preciso levantar no meio da noite pra fazer xixi, o que é realmente ruim, considerando que demoro cerca de vinte minutos para pegar no sono, cada vez que ele é interrompido!